6 Dicas para você finalmente parar de gastar dinheiro à toa
Seria muito bom se existisse um plano mirabolante para mudar antigos
maus hábitos da noite para o dia. Mas, a realidade mostra que para
perder 20 quilos, parar de fumar etc. é preciso fazer uma mudança
profunda. Ainda que os esforços possam ser enormes, as recompensas podem
ser significativas. Assim como ao perder peso, algumas pessoas mudam de
trabalho e até de cônjuge, uma mudança na relação com os gastos pode
não só trazer benefícios na sua relação com as finanças, mas na sua vida como um todo.
Fabio Sousa, sócio da consultoria financeira FTN e autor do livro “Como Passar de Devedor a Investidor”, e
a psicóloga Tatiana Filomensky, coordenadora do atendimento de
pacientes com Compras Compulsivas do Ambulatório dos Transtornos do
Impulso (AMITI) do Instituto de Psiquiatria da USP selecionaram algumas dicas de como gastar menos e ter uma vida financeira mais
saudável. Veja a seguir:
1 Entenda por que você está gastando mais do que deve
O consumo
excessivo muitas vezes está ligado a fatores emocionais. Por isso,
refletir sobre os motivos que o levam a gastar sem limites pode ser um
bom começo para solucionar o problema. “Para gastar menos é preciso
identificar o que está te fazendo consumir desse jeito. Muitas pessoas
se permitem gastar mais do que podem porque estão em um momento frágil
ou porque encaram o consumo como uma busca de prazer e como uma forma de
se sentir melhor em determinado meio”, afirma Tatiana Filomensky.
Ao entender que você compra quando considera que seu dia foi muito
difícil no trabalho, por exemplo, é possível refletir e se dar conta de
que sua receita não aumenta na mesma proporção dos gastos para cada dia
díficil que você tem. Portanto, gastar mais por isso não faz sentido. Ou
você pode perceber que o problema está na sua insatisfação com o
trabalho e que resolver isso será mais eficaz do que cortar seus cartões
de crédito.
2 Anote todos os seus gastos, sem exceção
“Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”. A frase do físico
irlandês William Thomson resume a importância de colocar todos os gastos no papel.
Conforme Fabio Sousa explica, ao anotar até os cafézinhos é possível entender exatamente qual é o destino do seu dinheiro
e então fazer melhores escolhas sobre como gastá-lo, evitando o consumo
desnecessário. “Ao perguntar a uma pessoa tudo que ela gasta por mês, a
primeira impressão é que deveria sobrar dinheiro, mas não sobra porque
muitos gastos fogem da nossa cabeça”, diz.
Para facilitar esse controle, Sousa sugere o uso de uma planilha que
inclua não só os gastos, como todo o seu planejamento financeiro. No
site da FTN, na página sobre seu livro, ele disponibiliza para download um modelo de planilha gratuita.
3 Contabilize gastos parcelados como uma única parcela
Sousa também sugere que, na planilha de gastos, mesmo as compras
parceladas sejam contabilizadas como uma compra à vista. Por exemplo, a
compra de uma televisão de 1.000 reais, parcelada em 10 vezes de 100
reais, seria registrada na planilha do mês em que a compra foi feita
como um gasto de 1.000 reais. Ao reservar em um mês 1.000 reais
restariam no mês seguinte 900 reais, no outro 800 reais e assim por
diante.
Caso não seja possível reservar todo o valor naquele mês, é um
sinal de que a compra deve ser postergada. E caso a compra seja
extremamente necessária, mas não haja dinheiro para pagá-la de uma vez,
então a sugestão de Sousa é anotar na planilha o gasto todo, registrando
que ele deixou seu controle negativo, para que no mês seguinte outros
gastos sejam cortados e a situação volte a ficar positiva. “Se o
pagamento à vista não oferecer desconto, a vantagem desse procedimento é
permitir que aqueles 900 reais reservados cubram uma eventual entrada
no cheque especial no mês seguinte. O dinheiro vai estar lá como um
colchão financeiro”, diz.
4 Entenda que ao evitar um gasto agora, você pode ganhar muito depois
Evitar gastos por evitar pode ser muito mais difícil do que cortar os
gastos para atingir um objetivo. “A pessoa precisa basicamente pensar se
ela quer mais o prazer imediato ou a tranquilidade a médio e longo
prazo. Assim, ela consegue aprender a administrar vontades e evitar o
consumo que não faz sentido”, afirma Fabio Sousa. “Quando falamos de
investimentos, não estamos fazendo nada mais do que falar sobre deixar
de comprar agora o que não é tão importante para comprar coisa melhor no
futuro”, completa.
5 Não compre nada imediatamente
Outra maneira de contornar o ímpeto de consumir, segundo Sousa, é não
fazer a compra imediatamente. “Quando a pessoa sente vontade de comprar
algo que não estava planejado, ela não deve fazer a compra naquele
momento. Ela deve dar uma volta e pesquisar mais preços em outros
lugares, ou esperar alguns dias. Dessa forma, ou ela cai em si e vê que
não quer realmente comprar aquilo, ou ela pode encontrar um preço
menor”, diz o sócio da FTN.
Ele acrescenta que os vendedores costumam ser treinados para atender os
clientes prontamente, justamente para que eles façam a compra por
impulso, sem que tenham tempo de pensar duas vezes.
Tatiana Filomenski também acredita que evitar fazer a compra
imediatamente pode ajudar a frear os gastos e sugere que seja feita a
seguinte reflexão: “Antes de consumir, é preciso fazer algumas
perguntas. A primeira é: eu preciso? Se a resposta for sim, a segunda
pergunta é: eu posso? E se a resposta for sim, a terceira pergunta é: eu
consigo esperar um pouco?”, afirma.
6 Poupe parte do seu dinheiro no início do mês
Muitas pessoas que gostariam de iniciar uma poupança deixam pra fazer
isso com no final do mês, mas no meio do caminho acabam gastando o
dinheiro que seria investido. Por isso, reservar uma parte do seu
dinheiro para os investimentos logo que o salário cai na conta é uma boa
maneira de juntar o útil ao agradável: além de formar uma poupança,
você não corre o risco de gastar o dinheiro que está sobrando na conta
com o que não é necessário.
Fonte: Exame.com
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